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Mais alunos de escola pública na USP

Caridade, chance ou hipocrisia?

Sem atingir a expectativa inicial de aumento na aprovação de estudantes de escola pública em seu vestibular, a USP decidiu ampliar seu programa de bonificação a alunos dessa rede no próximo exame.

 

Com a mudança, os estudantes do sistema público poderão ter acréscimo de até 12% em cada uma das duas fases do vestibular. Hoje, a bonificação é de 3%, também nas duas fases.

 

Lançado há dois anos, o programa da universidade, chamado de Inclusp, visa aumentar a presença dos estudantes das escolas públicas na instituição. Eles representam 85% das matrículas no Estado, mas são perto de 25% dos aprovados no vestibular da universidade.

 

Para se chegar aos 12% de bônus, haverá três tipos de benefício. O primeiro são os 3% já anunciados, que serão mantidos. O segundo será por meio de uma prova específica para a rede pública, a ser aplicada até outubro (inicialmente, apenas ao 3º ano do ensino médio).

 

Esse exame, chamado de avaliação seriada, poderá render outros 3% para o aluno, caso ele acerte todo o exame -a bonificação será proporcional ao desempenho. A prova será desenvolvida pela USP e custeada pela Secretaria da Educação.

 

A intenção é que o exame cubra apenas o conteúdo dos parâmetros curriculares nacionais. O vestibular da Fuvest chega a exigir conhecimentos além desses parâmetros, sob a argumentação de que é necessário selecionar os melhores entre uma concorrência muito grande pelas vagas.

 

Outro tipo de bonificação virá por meio da nota no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A nota na prova do governo federal poderá render um acréscimo de até 6% no vestibular -a bonificação também será proporcional ao rendimento do estudante na prova.

 

Percentual

 

Segundo a universidade, 26,3% dos aprovados no vestibular para ingresso neste ano estudaram em escola pública. Antes do bônus, eram 24,7%. No lançamento do Inclusp, a reitora Suely Vilela anunciou que a projeção era que a proporção de estudantes da rede pública aprovados chegasse a 30% – o que ainda não ocorreu.

 

Pela simulação da USP, caso não houvesse a bonificação, o percentual teria diminuído no período, pois têm caído as inscrições desses estudantes no vestibular (fato motivado, segundo a USP, pela maior oferta de vagas em instituições públicas e pelo ProUni).

 

“Os dados mostram a importância do programa. Aliado ao bom desempenho dos estudantes beneficiados nos cursos, sentimos segurança em ampliar a bonificação”, disse a pró-reitora de graduação da USP, Selma Garrido Pimenta.

 

“A queda nas inscrições prejudicou. Desta vez, preferimos não divulgar uma meta. Mas temos certeza de que a proporção de aprovados vai aumentar. A avaliação seriada deverá aproximar a USP da escola pública”, afirmou Pimenta.

 

“Os resultados, até o momento, são insuficientes. Praticamente não houve inclusão”, disse a promotora Érika Pucci da Costa Leal, do grupo de inclusão social do Ministério Público Estadual, que investiga a eficácia do programa da USP. Leal afirma que ainda não teve acesso às mudanças anunciadas pela universidade.

 

O coordenador-executivo do vestibular da Unicamp, Leandro Tessler, afirma que as alterações deverão surtir efeito positivo. “Com mais incentivo, a tendência é que mais estudantes da escola pública prestem o exame, o que deve ter impacto no resultado final.”

 

 

Para atrair novos alunos, governo muda regras.

Para atrair novos alunos, governo muda regras de crédito educativo.

O Ministério da Educação mudou as regras do Fies (Programa de Financiamento Estudantil) para, em três anos, dobrar a população universitária brasileira. Hoje há 3,9 milhões de estudantes de graduação.   

De acordo com uma portaria assinada anteontem pelo ministro Fernando Haddad, estudantes com bolsa de 50% concedida pelo ProUni (Programa Universidade para Todos) agora poderão financiar, por meio do Fies, a outra metade do valor do curso. Até agora, havia permissão para o financiamento de até 25% da mensalidade.   

A portaria do MEC vai permitir prazo maior para a quitação do empréstimo, de até duas vezes o de duração do curso. Também haverá uma redução de 6,5% para 3,5% na taxa anual de juros para carreiras prioritárias, como licenciaturas, pedagogia, normal superior e na área tecnológica.   

Outra novidade será a autorização para financiamento em compromisso assumido por grupos de até cinco estudantes, numa opção batizada de ‘fiador solidário’. As novas regras passarão a valer no segundo semestre deste ano.  

‘Com o apoio da Caixa Econômica Federal e do governo federal, precisamos elevar ao dobro, até 2011, o número de universitários no país’, disse Haddad, num encontro com bolsistas do Prouni no Fórum Mundial de Educação da Baixada Fluminense.   

O Fies, que em 1999 substituiu o Sistema de Crédito Educativo, financia cursos em universidades privadas. O programa se destina a estudantes de baixa renda. Há hoje 449.786 beneficiados. O programa custa cerca de R$ 4,5 bilhões.   

As medidas anunciadas respondem a pontos críticos e estavam previstas no Plano de Desenvolvimento da Educação lançado pelo MEC em 2007, segundo Moacir Gadotti, professor da USP e presidente do conselho deliberativo do Instituto Paulo Freire. ‘São respostas a pontos críticos, como a falta de professores. E como fazer o PAC sem gente?’, questiona. ‘Nesse contexto, há a meta ambiciosa de pôr mais um milhão de jovens na universidade já no ano que vem.’   

Haddad anunciou que até abril deverá ser encaminhado ao Congresso Nacional projeto de lei para permitir o pagamento dos empréstimos do Fies com o próprio trabalho dos estudantes ou com desconto em folha salarial.

Caso seja aprovada, essa medida deverá beneficiar alunos de cursos de licenciatura em ciências (para cidades com deficiência de professores municipais) e de medicina (para municípios carentes de médicos especializados em saúde da família).

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APPLE STORE NO BRASIL!? quase lá…

Em parceria com a Fnac, empresa de Steve Jobs abriu nesta quinta-feira, no Rio, a sua primeira Apple Shop no País.

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Um relógio em contagem regressiva anunciou ontem, o lançamento da primeira loja oficial da Apple no Brasil. Calma: ela não será uma Apple Store, a gigantesca loja-conceito que a empresa tem em metrópoles como Nova York e San Francisco e sim um espaço de 80 m² dentro da Fnac do Barra Shopping, no Rio, chamado Apple Shop. É uma loja que segue o padrão de qualidade da Apple, sendo que tapete, iluminação e móveis são todos da empresa de Steve Jobs. Chique, hein?

Abaixo, Pierre Courty, diretor-geral da Fnac no Brasil, explica como serão as tais Apple Shops, que nos próximos meses estarão presentes nas sete megastores espalhadas pelo País. Está prevista também a abertura de uma loja da maçã no próprio site da Fnac.

O que é a Apple Shop?

É uma loja de 80m² que segue os padrões da Apple. Tudo é deles, do tapete à iluminação. A primeira será inaugurada no Rio e até o primeiro semestre espera-se que elas já estejam nas três lojas Fnac de São Paulo. Já estão no Brasil nove pessoas que vieram diretamente da Califórnia para instalar a loja no Rio. Tudo está sendo feito de noite, é um grande show americano. Na França, onde fica a sede da Fnac, existem várias Apple Shops dentro de nossas megastores. O Brasil é um mercado que interessa muito à Apple, e a vinda da Apple Shop é uma prova. Nos EUA, Europa e Japão existem várias Apple Shops.

 

 

O que diferencia a Apple Shop dos atuais estandes oficiais da marca presentes em supermercados e em diversas megastores, como a própria Fnac?

Tudo. Agora você compra produtos da Apple na loja certa e com as pessoas certas. São ambientes focados no universo da Mac. Primeiro que os profissionais da loja são da Apple. São consultores treinados não apenas para vender, mas tirar dos brasileiros o medo do “mundo Mac”.

 

Esses funcionários darão workshops para os clientes, para que o produto se torne mais simples e o consumidor enxergue todas as facilidades do sistema. Outro ponto importante é a disponibilidade dos produtos da marca, que é a grande falha da Apple no mercado brasileiro. Estarão à venda todos os produtos Apple, inclusive acessórios dela e de terceiros, seja para o uso doméstico ou profissional.

 

 

Inclusive o iPhone?

Não, essa é a exceção. O iPhone não depende da Fnac, mas de negociações da Apple com as operadoras de telefonia celular brasileiras. Não há ainda nenhuma informação sobre a vinda dele ao Brasil.Existe a possibilidade de a Apple, com essas lojas oficiais, reduzir o valor de seus produtos, que é ainda o grande problema da marca para grande parcela do consumidor brasileiro?


Há a possibilidade, mas isso depende da estratégia de marketing da empresa no Brasil. Por aqui, a Apple atende um mercado de luxo e é intenção dela se popularizar. Os preços de aparelhos da marca já têm caído nos últimos meses e poderão cair ainda mais. Tem produtos que poderão ficar 50% mais baratos.

E por falar em Apple…

Alguém já assistiu ao filme Piratas do Vale do Silício? Conta a história do nascimento de empresas como a Apple e Microsoft e a relação entre Steve Jobs e Bill Gates… um pouco tedencioso, mas recomendo. Vale o entretenimento.

Dá uma olhada na foto desses dois Steves:

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Steve Jobs e Steve Wozniak (fundadores da Apple) em 1976.